quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Eu tentei


E cá estou eu falando de você novamente, é que, às vezes sinto-me tão vazia e só o que tem aqui é saudade. Minhas férias foram lindas, conheci gente nova, bebi, sai, conversei, chorei... E, sempre sentia um vazio imenso comigo. Queria que você estivesse ao meu lado descobrindo tanta coisa nova como eu descobri. Queria te mostrar as praias lindas, queria você comigo numa noite qualquer falando besteira na rede, queria beijo salgado de água do mar, queria cheiro de cigarro misturado com perfume, queria amasso, aperto, cheiro no cangote, queria você aqui pra tudo, é que as coisas ficam tão lindas quando você tá perto. É como se tudo criasse uma magia nova, um gosto novo. Você tem esse poder. Porque você não estava aqui? Precisei tanto de você, beijei outros caras e um deles tinha teu nome, sai pra beber e quando percebi estava tomando a vodca que você adora, fumei e senti teu cheiro, dormir e senti falta do teu abraço, é que você faz tanta falta e essa minha vidinha fica tão cheia de emoções e adrenalinas quando a gente tá junto! Queria você sempre comigo, mas, as coisas não são como eu quero não é? Que pena, tinha planos lindos pra gente, mas, a gente não foi feito pra durar, infelizmente, ou felizmente! Amo-te Mesmo assim, mesmo desse jeitinho estranho e cheio de dúvidas, mas cada um sabe a falta que o outro faz! Vou dar um tempo ao tempo e tentar te botar no banco, te deixar de escanteio e quem sabe assim eu não faça falta né? E quem sabe nessa saudade você perceba que gosta de mim? Ia ser lindo, pena que é tudo bobagem minha, pena que no fundo eu sei que a gente nunca vai conseguir se entender e ser feliz juntos, mas a gente tentou não foi? Ou pelo menos eu tentei.

Larissa Vilela

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Utopia


 
É essa tua chama que me chama e me queima. E eu inocente como sou caio na tua lábia e não me ajudas a levantar. Queima-me. Joga-me. Tens gosto de nostalgia e cigarros. Tens olhos profundos que me interessam e me afogam. Perco-me em ti, no teu corpo magro que reluz uma luz quase angelical. Sinto o calor da tua boca cor de sangue na minha nuca. Rendo-me ao teu torpor. Aconchego-me no teu peito, faço do teu colo meu refúgio. Fecho os olhos e sinto o prazer. Adormeço. Acordo com o cheiro de café fresco. Levanto-me devagar, a luz da janela não me permite abrir bem os olhos. Chego despercebida, sento-me e me pego admirando tua luz que irradia toda a sala e traz uma vida ao ambiente. Fecho os olhos. A luz, o cheiro de café, teu cheiro, tua respiração rápida. Toda essa utopia me alucina. Sutilmente abraço-te por trás e sinto teu cabelo macio no meu rosto, estás sorrindo. Não vejo, mas consigo sentir. Te viras e beija-me a testa num gesto meigo e protetor.  Beijo-te a mão como sinal de carinho. Calmamente e com uma voz rouca de sono me pedes um beijo. Beijo-te. Sorrindo seguras na minha cintura e fala no meu ouvido que adora meu cheiro e meu cabelo bagunçado. Sorrio e baixo o olhar timidamente. Te afastas com a xícara de café e acendes um cigarro. De longe te olhando penso: Por que não podes ser só meu? Quanta injustiça! És do mundo. Quem sou eu para prender-te? Deixo-te voar livre, quem sabe por ironia do destino não pousas na minha mão? E se não pousar? Que sejas feliz!
Larissa Vilela
 

 
Ei Zé! Senta aqui do meu lado, vem conversar.
Zé? Tá vendo aquele cara ali no outro lado da praça?
Não Zé, não é esse que tá beijando outro cara, é aquele ali sozinho com um cigarro.
Achou? Pois é Zé ele foi uma das coisa mais intensas que já aconteceram na minha vida.
Era tudo tão estranho, porém, era tudo tão bom, tão mágico.
Sabe Zé, a gente se dava tão bem, quando a gente tava junto era como se não houvesse mais nada,
nada importava. Mas ele soube estragar tudo, tudo Zé. Eu fiz tanto, tentei tanto, mas ele não fazia nada.
Ai acabou, ele mais uma vez pisou na bola achando que como das outras milhares ele ia chegar, pedir desculpa,
fazer uma ceninha e eu boba como sempre fui, ia perdoava e fingia que nada aconteceu.
Mas ai veio a surpresa! Eu não perdoei, não fui atras, não esperniei, não liguei, muito menos fingi que nada
aconteceu e sabe o resultado? Pega ai meu celular na bolsa e vê quantos SMSs, olha as ligações também, viu?
Pois é Zézinho meu amigo, as vezes eu penso em tirar a fantasia de durona e correr lá e abraçar ele, mas
quando lembro de tudo dou meia volta na hora. Zé? cansou de ouvir tanta bobagem né? (risos) esquece,
você não vai entender mesmo.
Pega ai o esqueiro e acende aqui meu cigarro, vamo embora.
Larissa Vilela

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


(...)Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos.
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, transar para sempre. Para dar tempo de seu ser criança, chorar para sempre.
Para dar tempo de eu ser para sempre.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você.
Antes que eu morresse de amor. Matei você.
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não.
Tati Bernardi